Foto: “Açaí ~” by Shélin Graziela is licensed under CC BY-SA 2.0.

O açaí é hoje popularmente conhecido, na sua forma triturada e congelada, por ser um alimento saudável e fonte de energia.

A origem desse alimento processado são frutinhas nativas do norte do Brasil, principalmente do Estado do Pará, que inicialmente eram conhecidas e consumidas apenas localmente.

A partir do processo de industrialização e comercialização da polpa, a partir da década de 90, houve uma grande expansão do mercado de açaí a nível nacional.

Hoje é uma cadeia que envolve a colheita, o transporte (em parte por via fluvial), a indústria de embalagens e comércios de distribuição e venda, e até lojas especializadas e sofisticadas para consumo no local, que preparam receitas variadas com o produto.

Estima-se que anualmente são consumidas mais de 800 toneladas no país, sendo a atividade econômica como um todo responsável por 25 mil empregos diretos e mais de R$ 40 milhões em receitas.

Embora parte das atividades ainda sejam realizadas de forma precária, simbolicamente a cadeia do açaí tem um significado bastante importante, pois é comumente associada à exploração sustentável da floresta. Os defensores desse conceito procuram demonstrar que, além do enorme valor econômico gerado indiretamente pela floresta, na medida em que evita a deterioração de processos naturais, como o ciclo da água, indispensáveis para inúmeras atividades econômicas, é capaz também de produzir valor diretamente, através de processos de exploração permanentes, sem a necessidade de desmatamento.

O cerne da discussão é contrapor pensamentos que consideram a preservação ambiental um entrave ao desenvolvimento econômico.

Além do açaí, existem outros exemplos de exploração sustentável que já são ou podem vir a ser viáveis, com aplicação que vão desde a construção civil até a produção de medicamentos.

A luta é para a conscientização de que a floresta viva vale mais que a floresta devastada para atividades como agropecuária tradicional, mineração e extração de madeira de forma não sustentável.

Para vencer essa luta é necessário em ampliar e direcionar pesquisas, além do apoio do poder público no sentido de criar incentivos, principalmente para as populações próximas às florestas, e legislações específicas.