Meio Ambiente
Falando sobre água

Falando sobre água

Photo by Jacek Dylag on Unsplash

Você já imaginou a vida sem água?

No campo da imaginação, tudo é possível, claro.

Mas a verdade é que a substância água está presente em absolutamente TODOS os seres vivos. Pelo menos em todos os conhecidos até hoje…

É evidente, portanto, que devemos nos preocupar com qualquer possibilidade que possa colocar em risco a disponibilidade permanente em nosso meio de água em quantidade suficiente não só para a preservação da vida, mas também para diversos usos que ela se faz necessária em nosso cotidiano.

Apesar de possuir algumas regiões que, historicamente, são castigadas com seca, o Brasil é um país privilegiado nesse aspecto. Mas, estima-se que até um quarto da população mundial vive em situação de estresse hídrico (convivem com algum problema relacionado à escassez de água) e, se nada for feito, em 2030 o déficit global de água será de 40%. 

Do ponto de vista individual, antes de tentar colaborar para a solução deste problema, é preciso entendê-lo sob uma abordagem racional.

A água faz parte de um ciclo biogeoquímico, o qual chamamos comumente de “ciclo da água”, permanente. Ou seja, sua presença na natureza é caracterizada por contente movimento e modificação de seu estado físico, mas sua quantidade total no planeta terra praticamente não se altera ao longo do tempo. O que quer dizer que se formos cuidadoso com o seu uso ou, de forma oposta, a desperdiçarmos irresponsavelmente ela não vai se acumular e nem deixar de existir na natureza.

Mas porquê se preocupar então? Bem, é uma longa estória que vamos contar a partir de agora.

No nosso planeta existe uma quantidade absurda de água, 1,3 bilhão de quilômetros cúbicos – ufa, é até difícil imaginar o que isso significa…

Bem vamos lá… é o equivalente a uma gigantesca esfera de 1.350 km de diâmetro. Para efeito de comparação, a lua tem aproximadamente 3.500 km de diâmetro e a Terra, 12.700 km. De qualquer forma, é uma quantidade infinitamente maior que a população terrestre necessita. Bem, aí começam os problemas.

  1. Desse total, apenas 2,7% é agua doce. Os 97,3% restantes é água salgada, imprópria para consumo e para a maior parte dos usos cotidianos. E ainda não descobrimos tecnologia economicamente viável para dessalinizar grandes volumes de água.
  2. Mesmo assim, a parcela de água doce ainda é uma quantidade muitíssima maior que a necessária nos dias de hoje. Ocorre, entre esses 2,7%, é uma pequena parcela que pode ser captada pelos meios que hoje dispomos. Grande parte se encontra em geleiras, lençóis profundos e em outras condições de difícil acesso.
  3. Ainda assim, a quantidade disponível é maior que a necessária. Chegamos ao cerne do problema, finalmente. Á água que dispomos precisa ser captada, levada até aonde será utilizada, e tratada antes e depois do seu uso para que não coloque em risco a saúde humana e o meio ambiente. E tudo isso tem um CUSTO.

Portanto, quando as mudanças climáticas ocasionam longos períodos de seca, aumentam os custos de captação e distribuição já que os reservatórios tem que ser maiores ou a água tem de ser trazida de locais mais distantes! 

Portanto, quando desperdiçamos irresponsavelmente a água, aumentamos o custo para o seu tratamento, já que este é proporcional ao consumo!

Vamos a alguns números e informações interessantes:

  1. O custo para tratamento de água e esgoto no Brasil é de aproximadamente R$ 60 bilhões por ano.
  2. Mais de 20% do volume de água tratada é desperdiçado antes de chegar à torneira.
  3. 20% do custo total de produção agrícola é decorrente da utilização da água.
  4. A maior parte da água utilizada no Brasil não é para consumo humano ou industrial, e sim para irrigação.
  5. A quantidade necessária para consumo humano é calculada pela ONU como sendo 110 litro por dia por pessoa (no Brasil, a média é maior que isso). Mas menos de 10% dessa quantidade, aquilo que é utilizado para beber ou cozinhar, precisa estar no padrão em que a água é tratada. 
  6. Estima-se que incorporação de dispositivos para reuso da água em residências aumenta o custo da construção em apenas 3%. Em edifícios esse percentual ainda é menos.

QUAL A GRANDE CONCLUSÃO?

Fácil, se você pensou que o reuso da água é uma grande sacada, está no caminho certo.

Com os números acima não é difícil acreditar que, dos 60 bilhões anuais gastos com tratamento de água e esgoto no Brasil seria possível economizar pelo menos uns 15 bilhões, com soluções simples de engenharia e maior conscientização da população. Com esse dinheiro seria possível, por exemplo, construir 7 mil creches – mais do que uma em cada município do Brasil!

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